segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A centralidade de Cristo


O Espírito Santo deseja nos exortar a respeito da centralidade de Cristo. Existe um engano que nos cerca e muitas vezes sutilmente penetra os corações dos filhos de Deus. Esse engano é o pensamento de que esse mundo, ou até mesmo as pessoas que nos cercam podem nos oferecer satisfação e vitória. O Espírito Santo deseja corrigir a nossa visão e nos revelar o princípio e o fim de tudo, a única e verdadeira fonte de vida, a razão de nossa vitória: Jesus.

Em I Jo 2:15 a Palavra diz: “não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo o amor do Pai não está nele”.

O Senhor deseja nos revelar que o nosso problema não é o mundo e suas coisas, mas sim amar o mundo e tudo o que nele há. Quando o centro do nosso pensamento, do nosso propósito e da nossa satisfação se afasta de Jesus, precisamos ser novamente atraídos para Cristo. Viver no Espírito é compreender e acima de tudo experimentar cada dia mais a centralidade de Cristo em nossas vidas. Infelizmente a superficialidade cristã está reservada para aqueles que se converteram, mas seus corações permanecem no mundo, em suas coisas e em si mesmos.

O grande tropeço na vida cristã é permanecer nesse estado em que caminhamos desejando que Cristo cumpra nossos desejos e supra nossas necessidades de acordo com nossa forma, nosso raciocínio e nosso tempo. Na verdade, precisamos descobrir que Ele já é tudo o que precisamos e deixá-Lo conduzir nossa vida segundo Sua mente, Sua vontade, Seu tempo.

Para prevalecer na vida cristã precisamos do poder e da liderança do Espírito Santo. No jardim do Éden havia duas árvores; aquela que representa a vida segundo a carne (árvore do conhecimento do bem e do mal) e a árvore da vida que fala da vida segundo a mente de Cristo. Uma vida de derrota espera alguém que anda segundo a carne, e uma vida vitoriosa espera alguém que anda no espírito.

Em I Samuel, podemos meditar sobre a arca de Deus. A arca fala da presença de Cristo e todo esse livro nos revela como devemos ser conduzidos pela presença de Cristo em nós. Uzá morreu quando tentou salvar a arca. Esse episódio na palavra deseja trazer um forte ensinamento a respeito de como deve ser conduzida a nossa vida cristã e de como deve ser o nosso relacionamento com Deus, de forma a permitir a correta liderança do Espírito Santo. Os judeus tinham a arca, mas não souberam conduzi-la. Eles quiseram levar a arca de acordo com seus próprios raciocínios, e tentaram usá-la para promover os seus próprios benefícios. Da mesma forma, muitas vezes nós temos a arca (a presença de Deus em nós), mas erramos quando equivocadamente presumimos compreender como ela deve ser conduzida, de acordo com nossos desejos e interesses.

Todas as vezes que tentamos usar a presença de Deus para a promoção da nossa carne, haverá problemas. Não basta somente termos a arca, mas sim atentarmos para a forma com que lidamos com a presença de Deus na caminhada cristã.

Não fomos feitos para guiar a presença de Deus, mas fomos feitos para sermos guiados pela presença de Jesus. Os bois tropeçaram porque estavam guiando a arca... mas a arca não deve ser guiada. É você quem tenta guiar a presença de Deus de acordo com seus desígnios, desejos e conveniências ou é o Espírito que tem te guiado para o lugar que Ele deseja e da forma que Ele quer?

A arca na casa de Dagom (I Samuel 5) fala da carne tentando usar as coisas de Deus. Dagom caiu. A arca na casa de Obede-Edom fala de desfrutar corretamente da graça proposta pela presença de Jesus. Precisamos aprender a conduzir a arca de forma que ela se introduza no centro da nossa vida. A vida cristã é um processo de conferir cada dia mais a centralidade de tudo em nossos corações à Cristo. Existem duas cabeças em nosso corpo, a nossa e a de Jesus, e uma das duas deve estabelecer a liderança.

O sinal de que realmente estamos crescendo na caminhada cristã é: quando olhamos menos para nós mesmos e olhamos mais para Cristo. A Palavra diz que quando o Espírito Santo viesse Ele glorificaria o Filho. Enfraquecemos-nos quando olhamos demais para nós mesmos, pois supervalorizamos o que pensamos e sentimos. O ressentimento, o julgamento, a crítica, a amargura são sinais do egoísmo. Quanto mais nos importamos com nossos sentimentos, mais egoístas e presos em nós mesmos e em nossos problemas nos tornamos.

Quando pensamos: “eu seria 100% feliz se eu ganhasse R$ 15.000”, isso é um engano, há pessoas que ganham mais de sessenta mil reais por mês e desejam se matar. “Mas se minha esposa fosse mais compreensiva”, também é engano, porque há homens casados com mulheres muito compreensivas e que desejam se separar. “Mas seu eu tivesse uma grande carreira profissional”. Engano... “Se minha Igreja tivesse um milhão de membros”. Engano... Não é ministério, emprego, cônjuge ou saúde a razão de qualquer angústia ou decepção. A verdadeira raiz de nossas frustrações é a falta de Jesus.

O Evangelho humanista coloca o homem no centro e por isso crentes humanistas se tornam insaciáveis, e tentam encontrar satisfação fora da vontade e da presença de Cristo, que é a única fonte de vida. A chave para a libertação desse evangelho humanista é a adoração contínua, até que verdadeiramente sejamos saciados n’Ele! Contemplar a face de Cristo nos liberta de nosso egoísmo. A adoração tira progressivamente os nossos olhos de nós mesmos, de nossos problemas e desejos mais imediatos e conduz o nosso foco de vida unicamente para Jesus. Esse é o remédio que cura: ver Jesus.

A amargura abre portas para o engano porque quando aceitamos nos amargurarmos com alguém dizemos: “o fulano é minha fonte de suprimento e não correspondeu às minhas expectativas, por isso estou triste e ferido”. A amargura é fruto do engano de que a satisfação está naquilo que as pessoas podem nos dar. O amor tudo sofre, crê, espera e suporta, porque somos plenamente saciados, amados, cuidados, satisfeitos e protegidos em Cristo. Jesus não precisava de aprovação, de ser amado e correspondido. Ele não se abalou com a traição ou a rejeição porque Ele era plenamente suprido no Pai. Jesus não tinha falta de coisa alguma. O amor de Jesus não dependia de ninguém, mas somente do Pai.

Quem está focado em si se enfraquece e quem está focado no homem se decepciona. Jesus é o único capaz de nos suprir com o amor, o respeito, o carinho e tudo de que precisamos.

O Pai diz: esse é o meu Filho em quem tenho prazer. O nosso prazer também deve estar n’Ele. A palavra diz: “agrada-te do Senhor e Ele satisfará os desejos do teu coração”. O povo de Deus deve ser um povo feliz porque a sua alegria está no Senhor, porque Ele é tudo e nada nos falta.

Jesus deve estar no centro. As coisas somente entram em harmonia quando Jesus está no centro. Temos que descentralizar o “eu” e centralizar Jesus. Jesus é o sonho do coração de Deus Pai.

Sabedoria é tirar o marido, a esposa, as finanças, o ministério, a família, a saúde do centro e colocar Jesus no centro. Quando Jesus é centralizado tudo o que está desajustado entra em equilíbrio. Quando Jesus é entronizado, a paz é entronizada. Quando Jesus é entronizado, o amor é entronizado. Quando Jesus é entronizado a provisão é entronizada! Tudo está n’Ele! Deus tem um plano: Jesus. Por que deveríamos ter outro? Cristo é o alvo, o propósito, o plano, o sonho, a vontade de Deus.

Precisamos ter prazer n’Ele e não nas coisas desse mundo. Ele deve estar no centro. O nosso fim, o nosso propósito, o nosso objetivo é um só: Cristo em nós. Não somos o Sol, Jesus é o Sol. Não somos o centro, Jesus é o centro. Lúcifer mergulhou nas trevas porque não compreendeu a centralidade de Cristo.

Não tome essa palavra como mais uma em seu depósito pessoal, mas examine-se e se ‘reposicione’ diante de Jesus. Se você se perdeu de Jesus e tem visto que o centro da sua vida não tem mais sido o Senhor, mas sim suas ansiedades e preocupações, permita que o Espírito Santo te ‘reposicione’ por dentro. Um dia a Sulamita se perdeu de seu Senhor, e desesperada saiu atrás do Seu Amado. Onde puseram o meu Amado? Encontre o Amado da sua alma e você encontrará todas as coisas. O que você precisa está nEle.

Pastor Eber Rodrigues.

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