Introdução. Há certos personagens na Bíblia, que têm uma característica interessante: Não conhecemos os seus nomes, suas famílias, mas os seus encontros com Cristo foram tão significativos que mereceram um registro que fica até os nossos dias.
Quem era. A primeira coisa que queremos destacar é quem era aquele homem.
Ele era romano, portanto um dominador. À época dos fatos, Roma dominava toda aquela região. Dessa forma, a atitude de um romano para com qualquer pessoa de outra nação era de supremacia, de alguém que vê os outros como inferiores.
Ele era um centurião. O Centurião era o comandante de uma das divisões da infantaria romana composta de cem homens. Ele era uma das autoridades da cidade. Na cidade de Cafarnaum, havia uma centúria da qual ele era o comandante. O que fazia com que fosse conhecido de todos na cidade.
O que impressiona Jesus:
1. O procedimento do centurião.
Vimos acima, quem era aquele homem. Era romano e acostumado a ter uma atitude de superioridade sobre as pessoas dos outros povos. Ele era um militar. Talvez tivesse alcançado o posto pela bravura nas batalhas que havia lutado pelo império. Não é improvável que ao longo da sua vida tivesse visto muitos morrerem ao seu lado e tivesse matado outros por força do seu ofício. Era uma autoridade naquela cidade, talvez a maior delas. Acostumado a dar ordens como ele mesmo diz, porém há algo que se destacar na sua atitude.
Ele veio implorar. Um romano, dirigir-se a um judeu para implorar, não era algo comum de se ver. A sua atitude é humilde, submissa e respeitosa. Ele estava acostumado a dar ordens e ser obedecido. Ele estava acostumado a ver as pessoas sendo-lhe submissas. Ele tinha naquela cidade poder de vida e de morte sobre muitos. Mas, ao se aproximar de Cristo ele chega implorando.
A atitude do Centurião é um emblema, um exemplo de como nós devemos nos aproximar de Cristo. Quem somos nós para decretar, mandar, determinar, dizer o que Cristo deve fazer. Quem é o Senhor? Quem é o Servo?
Ele veio pedir por um servo. É conhecido por muitos, que na sociedade daquela época o escravo era tido como coisa e não como gente e isso chegava a ponto do Senhor poder tirar até mesmo a vida do seu servo sem que isso constituísse um crime pois seria o mesmo que matar um animal. A grandeza do Centurião não estava apenas em que ele veio implorar o que já era uma atitude quase impensável, mas, ele veio pedir por um servo. Fosse por um filho, uma filha, a esposa, a mãe ou o pai até que seria compreensível, mas, pedir por um servo, isso sim foi além do que se poderia esperar.
Essa atitude do Centurião, traz para nós nos dias de hoje de um individualismo e egoísmo crescente uma lição a respeito do nosso papel como intercessores e como responsáveis pelo destino dos outros.
Ele dirigiu-se a Cristo como Senhor. Ele estava acostumado como todas as autoridades a ser tratado de Senhor. Somente quando havia visita de outras autoridades romanas aquela cidade é que tinha a necessidade de adotar um tratamento de submissão. Normalmente, ele dava as ordens ele é que era o senhor. Mas, agora, o Centurião que tinha sob seu comando, cem soldados, se curva diante de Cristo, diante da autoridade de um homem sem soldados, sem armas, sem quartel, mas com uma palavra cujo poder criou o universo e que trouxe à existência as coisas que não eram e que vieram a existir.
Ele se julgou indigno de receber a Cristo em sua casa. Aquele homem era acostumado a ver as portas se abrirem para ele, de ver as pessoas se curvando diante dele. Aonde ele chegasse, chegava representando a força e o poder do império romano. Agora, diante de Cristo, reconhece, não sou digno que entres na minha casa. Se ele representava o império romano, com Cristo estava presente o Reino de Deus aqui na terra.
2. A fé demonstrada pelo centurião.
Nesse episódio, Cristo faz um contraste da fé daquele homem com a fé dos judeus. Enquanto os escribas estavam continuamente contestando a autoridade e negando os milagres que Cristo realizava, aquele homem, um gentio havia demonstrado uma fé digna de elogios.
Ele Reconheceu a Suprema autoridade de Cristo: basta uma palavra sua. Não era preciso nem um gesto, nem um ritual. Bastava uma palavra. Tão somente uma palavra de Cristo era, é e sempre será suficiente, para fazer o impossível acontecer.
Reconheceu a suprema majestade de Cristo: Não sou digno de que entres na minha casa. Enquanto os fariseus desrespeitavam a Cristo, acusando-o de blasfêmia, procurando denegrir a sua imagem, tentando colocá-lo em uma situação de descrédito diante do povo; aquele Centurião reconhece: não sou digno que entre na minha casa.
Reconheceu o supremo domínio de Cristo sobre todas as coisas: Pois também sou homem sujeito à autoridade. Isto é sou homem que tem autoridade.
O reconhecimento de Jesus:
O que se destaca no texto não apenas o pedido do Centurião e a cura que Jesus Cristo realizou, mas o reconhecimento que a sua fé mereceu da parte de Jesus Cristo.
O texto nos diz que Cristo ficou admirado de sua fé e expressou essa sua admiração com uma das expressões mais elogiosas da Bíblia: Nem mesmo em Israel encontrei uma fé como esta.
O reconhecimento de Jesus Cristo também está expresso na sua resposta ao Centurião. Vai-te, e seja feito conforme a tua fé.
se aquilo que pedíssemos a Jesus em oração tivesse como resposta, seja feito conforme a tua fé o que aconteceria?
O que a nossa fé na oração seria capaz de promover?
Quando você ora, você ora com fé ou você ora mecanicamente.
Se nesse momento, a vida de alguém dependesse da sua fé essa pessoa continuaria viva ou morreria?
A resposta de Cristo àquele Centurião manifestou a grande fé no coração daquele homem. O texto nos diz que naquela mesma hora o servo foi curado.
Conclusão.
Quais as lições que esse texto nos traz? Não podemos perder de vista que este texto traz no seu conteúdo um contraste da fé dos judeus com a fé de um gentio. A expressão de Cristo é de surpresa e ao mesmo tempo de desapontamento: Nem mesmo em Israel achei uma fé como esta.
Isto nos traz alguns questionamentos a respeito da nossa fé. A nossa fé é superior á dos mulçumanos capazes de morrer por Alá. A nossa fé é maior do que a dos monges budistas, capazes de renunciar a todos os bens por causa de Buda. A nossa fé é maior do que a das pessoas que confiam cegamente na força dos astros para dirigir os seus destinos?
Precisamos aprender com aquele Centurião que buscou diretamente em Cristo a solução para os problemas; Que se apresentou diante de Jesus Cristo em favor de outro.
Precisamos aprender, também, com a atitude daquele Centurião que veio se humilhando diante poderosa mão de Jesus, reconhecendo: a limitação de sua autoridade.
A Bíblia não diz o nome do Centurião, onde nasceu, quem eram seus pais, contudo o que fez ficou para a eternidade.
Pr. Barros
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