terça-feira, 6 de outubro de 2009

Eusébio de Cesaréia




















Nascido em Cesaréia da Palestina pelo ano 265 e educado na escola do douto Pânfilo, Eusébio recebeu uma sólida formação intelectual, sobretudo histórica. Eleito bispo de sua cidade, foi o homem mais erudito do seu tempo. Escreveu muitas obras de teologia, exegese, apologética, mas a sua obra mais importante foi a "História eclesiástica", em 10 volumes, que são o fruto de 25 anos de pesquisa histórica, contínua e apaixonada.

Ele narra, nos 7 primeiros livros, a história da Igreja das origens até 303. Os livros 8º e 9º referem-se à perseguição iniciada por Diocleciano em 303 e concluída, no ocidente em 308, tendo continuado no oriente com Galério, até o Edito de tolerância de 311 e à morte de Maximino (313). O 10º livro descreve a retomada da Igreja até à vitória de Constantino sobre Licínio e à unificação do império (323).

Antes ainda dessa obra, Eusébio tinha recolhido e transcrito na "Coleção dos antigos Mártires", uma vasta documentação (atos dos processos de mártires, paixões, apologias, testemunhos de indivíduos e comunidades) sobre os mártires anteriores à perseguição de Diocleciano; o livro foi perdido, mas Eusébio tinha retomado o tema em parte na "História Eclesiástica".

Poupado pela perseguição de Diocleciano (303-311), Eusébio foi dela uma testemunha de importância excepcional, porque viu pessoalmente a destruição de igrejas, as fogueiras de livros sagrados e muitas cenas selvagens de martírio na Palestina, na Fenícia e até na distante Tebaida do Egito, deixando-nos de tudo, uma comovente memória de grande valor histórico.

O martírio é uma constante de toda a Igreja

Os mártires recordados nesta breve coleção pertencem a séculos diversos, a diferentes categorias de pessoas, extrato social e nacionalidade; representam a Igreja inteira. São homens e mulheres, ricos e pobres, velhos (Simeão tem 120 anos) e jovens (os 7 "filhos" de Sinforosa); eclesiásticos (os bispos Simeão, Policarpo, Acácio, Ságaris; o sacerdote Piônio; os diáconos Êuplio e Papilo) e leigos (o senador Apolônio, o comerciante Máximo, o jardineiro Conão, os legionários "quarenta mártires de Sebaste, o centurião Marino, as mães de família Sinforosa e Agotonice); nobres, como Apolônio, e gente comum do povo, como Conão; muitas vezes cristãos cujos nomes ficaram desconhecidos.

Todos testemunharam a própria fidelidade a Cristo com o sacrifício cruento da própria vida. Os Atos dos mártires contam a história mais verdadeira da Igreja das origens.

:: Fonte: www.catacom.combe.com

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