terça-feira, 21 de abril de 2009

O Milagre da Pesca

Quando achamos que é o fim, Jesus nos oferece um recomeço.

Certa vez, quando a multidão apertava Jesus para ouvir a palavra de Deus, ele estava junto ao lago de Genezaré; e viu dois barcos junto à praia do lago; mas os pescadores haviam descido deles, e estavam lavando as redes. Entrando ele num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, sentando-se, ensinava do barco as multidões. Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao mar alto e lançai as vossas redes para a pesca. Ao que disse Simão: Mestre, trabalhamos a noite toda, e nada apanhamos; mas, sobre tua palavra, lançarei as redes. Feito isto, apanharam uma grande quantidade de peixes, de modo que as redes se rompiam. Acenaram então aos companheiros que estavam no outro barco, para virem ajudá-los. Eles, pois, vieram, e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique. Vendo isso Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador. Pois, à vista da pesca que haviam feito, o espanto se apoderara dele e de todos os que com ele estavam, bem como de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão. Disse Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante serás pescador de homens. E, levando eles os barcos para a terra, deixaram tudo e o seguiram? (Lc.5.1-11).

Aquele maravilhoso episódio marcou a vocação dos principais discípulos de Cristo: Pedro, Tiago e João. Podemos vislumbrar três momentos distintos na narrativa de Lucas. O primeiro é caracterizado pela decepção. Depois de uma noite de trabalho mal sucedido, aqueles pescadores desceram do barco e estavam lavando suas redes. Isto indicava o encerramento do expediente. Suas esperanças acabaram. Durante a noite, haviam empregado todos os seus recursos, conhecimentos e esforços na pesca, mas nada apanharam.

Contudo, Jesus chegou e tudo mudou. A noite tinha terminado, mas o dia estava apenas começando. As trevas deram lugar à luz. Os pescadores pensavam que não poderiam pescar, mas Cristo tinham outro pensamento. Eles pescariam muito mais do que podiam imaginar. Aqueles homens representavam muito bem a situação de uma vida sem Cristo, marcada pelo fracasso e pela desilusão; mas aquele terrível momento foi a melhor oportunidade para um encontro com o Mestre. As piores circunstâncias podem ter efeito positivo, se buscarmos a Deus, permitindo que ele nos ajude. Muitas pessoas estão frustradas em vários aspectos de suas vidas e por isso estão desistindo de seus sonhos e planos, sejam profissionais, familiares e outros. Estão descendo do barco e lavando as redes.

Embora não parecesse, aqueles homens poderiam fazer muito mais do que tinham feito, mas não sem Jesus. Nós também, hoje, podemos ser bem sucedidos na vida, mas não sem Jesus. A situação mudou totalmente porque havia ali a presença de Cristo, sua palavra ordenando a pesca e o seu poder para que o milagre acontecesse. Porém, outros elementos seriam necessários: a fé e a obediência dos pescadores.

Em qualquer área, dificilmente avançaremos sem fé. Na vida profissional, espiritual, ministerial ou familiar, precisamos acreditar em nossos sonhos, nosso potencial e possibilidades. Quem não tem fé, não sai da praia, não avança, não progride. Precisamos crer em nós mesmos. Afinal, Deus nos deu um potencial. Sabemos navegar e manusear o equipamento de trabalho; mas essa auto-confiança não pode ser tão grande ao ponto de nos julgarmos auto-suficientes. Precisamos crer em Deus, pois é a sua palavra que garante a nossa pesca. Precisamos também acreditar nos irmãos que nos rodeiam, pois eles nos ajudarão a segurar a nossa rede.

A opinião de Pedro era negativa, porque estava fundamentada no fracasso da experiência anterior. Contudo, ele reconheceu que a palavra do Mestre, ainda que contrária à sua expectativa, era digna de confiança. Pedro creu em Cristo. Da mesma forma, nós devemos aceitar a palavra de Deus, ainda que ela seja diferente da nossa opinião pessoal e esteja nos propondo algo improvável ou impossível.

Jesus mandou que eles levassem o barco para alto mar e lançassem suas redes. Era preciso trabalhar um pouco mais, tentar novamente, arriscar mais uma vez. Não podemos, simplemente, guardar as redes. Elas precisam ser usadas. Nossos talentos devem ser colocados em ação. Alguns milagres dependem da nossa participação. Existe ação humana e ação divina ocorrendo em conjunto para que coisas extraordinárias aconteçam.

Em algumas situações, não basta orar; é preciso agir. Muitos querem que Deus faça tudo sozinho. De fato, ele já fez o que não poderíamos ter feito. Ele criou os peixes. Agora, a nossa parte é pescar, sob a direção e a bênção do Mestre.

Cristo poderia ter dado ordem aos peixes para que pulassem dentro das embarcações. Seriam tantos que os barcos afundariam. Porém, ele deu ordem aos pescadores. Eles precisavam participar. Deviam desamarrar o barco, abandonar a segurança da praia, ir para o alto mar e lançar as redes. Foi o que aconteceu. O resultado foi a captura de uma enorme quantidade de peixes.

Se Pedro, Tiago e João, continuassem na praia lavando suas redes, nada aconteceria. A presença de Jesus, sua palavra e seu poder seriam desperdiçados. Os pescadores entraram então no segundo momento do episódio: a hora do espanto. Começaram o dia decepcionados, agora estavam maravilhados com Jesus. Este, porém, não era ainda o fim da história.

Eles poderiam então propor uma sociedade com Cristo para que montassem uma grande empresa de pescados, afim de ganharem muito dinheiro. Entretanto, isto não aconteceu. Jesus tinha uma proposta diferente, pois o seu alvo não era material nem financeiro. Ele disse a Pedro: ?de agora em diante serás pescador de homens?.

Este foi o terceiro momento: a hora do desafio. O que Jesus tinha em mente para aqueles homens era muito mais do que eles poderiam imaginar. Aquela grande quantidade de peixes foi apenas um pequeno sinal do poder de Jesus. O que ele planejava era que Pedro, Tiago e João fossem pescadores de homens, tornando-se discípulos e apóstolos. Se pensamos que já temos experimentado muito de Deus, estamos enganados.

Quando julgamos que tudo está perdido ou encerrado, Deus vem nos conscientizar de que ainda podemos fazer muito mais, não sozinhos, mas tendo em nós a sua presença, sua palavra, seu poder, juntamente com a nossa fé e a disposição para obedecer.

Sem Jesus, não há esperança. Com ele, não há limites para a ação do seu poder em nós.

Anísio Renato de Andrade


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3 comentários:

Anderson e Lucia disse...

Está ótimo seu blog, parabéns...
Seus irmãos em Cristo
Anderson e Lucia Boaventura

Filadélfia disse...

Olá abençoado, primeiro quero dizer que é uma imensa satisfação tê-lo na comunidade IBNF G.Rio e parabenizá-lo pelo ótimo blog.

Abs!

Meu Diário disse...

gostei muito do seu blog, eh muito abençoado por Deus...q Deus continui te abençoando...Grande abraço...